será
que agora... em janeiro, eu consigo fechar o ciclo do ano nesse blog como
costumo fazer todo ano em todos os meus blogs?
Que
ano redondo esse de 2010 VISSI...
Virei
o ano na praia com meus primos e amigos, legal, não fosse a chuva bem santista
mesmo... quase a madrugada toda...
Pensei
tanto em fugir dali, planejar um ano diferente, em um lugar diferente com
pessoas diferentes... 2009 foi foda demais pra eu continuar essa chatice de
faculdade casa, trabalhos temporários, cada vez mais temporários, estágios...
sei lá. Queria um ano NOVO.
E
sem acreditar em acaso, mas nunca duvidando do destino, estava eu indo à
padaria, no meio da tarde e resolvi conhecer uma casa de fé paz e luz que vive
cheia e é bem atrás da minha casa... não por coincidência a última menina da
fila estudou comigo a vida toda, nem por acaso que a outra menina da fila me
indicou uma consulta com o PAI MIGUEL [nome do meu pai] e lá foi o destino me
fazer entrar num templo um tanto calmo e muito iluminado.
A
conversa que tive aquele dia foi como uma leitura de alma. E a promessa que
recebi foi de abertura de caminhos. Não pensei, apenas senti.
E
por um acaso do destino, acordei no dia seguinte com um telefonema... era uma proposta
de trabalho diretamente do paraíso... e em uma semana, logo no finzinho de
janeiro lá estava eu, chegando ao arquipélago de Fernando de Noronha e com a
passagem só de ida.
Imagina
só... ser paga pra morar nesse paraíso...
Aaah
Deus existe, é brasileiro, mas não mora no continente.
Cheguei
uma semana antes do campeonato de surf e fiz amizade de cara com os campeões.
Aaah que verão!
Mas
confesso, cheguei tão traumatizada de 2009 que fiquei beeem quietinha. Pra todo
mundo gostar de mim.
E
não é que um galego de olhos azuis gostou... e gostou muito. Tanto que baixou
minha guarda e me enlouqueceu só me olhando... mas uma das primeiras coisas que
eu aprendi aqui na ilha é que tudo que eu ganhar eu ganho pra perder... e logo
o galego teve que ir embora...
Foi
pouco o tempo que ficamos juntos, mas foi intenso. A ilha é intensa e
intensifica bastante as coisas.
E
também intensificou a saudade que o galego deixou... e a carência que logo
apareceu.
Mais
ainda quando fui demitida e tive dois dias para arrumar outro trabalho ou
voltar pra casa... pense numa semana difícil...
Enfim,
arrumei um trabalho muito legal onde eu ganhava pouco, mas trabalhava pouco...
tinha os fins de semana e feriados livres e arrumei um quarto ‘massa’ como
dizem por aqui. Tudo muito bom... faltava um bichinho de estimação pra me
sentir mais em casa... e foi quando eu comecei a criar um cachorrinho... que me
deu de dia dos namorados um cachorrinho... e lá foi a ilha me tirar o presente
e eu perdi meu cachorrinho... mas ainda tinha um, que era um vira-lata, mas
mesmo sem coleira ele sempre voltava. As vezes sujo e com fome, mas nunca
demorava. E como todos que me conhecem sabem, eu adoro criar um vira-lata. E
voltei eu a ser uma vira-lata que jura ter pedigree, mas que não passa de uma
VIRA-LATA!
me
esfregando nas pernas de qualquer um que me interesse... que me alimente...
e
eis a ilha me presenteia com o homem dos meus sonhos... que se apresenta
dizendo que sonhou comigo...
não
deu pra acreditar, mas era verdade. Não deu pra resistir, e eu tive que ouvir
um homem lindo, cheiroso e casado contando como foi o sonho com um sorriso no
rosto e dizendo coisas que eu não tive a pretensão de sonhar.
Mas
eu acordei. Foi um lindo sonho, mas acordei... e tinha um vira-lata latindo na
minha porta... exigindo o posto de macho alpha. Afe, eu mereço né não?
Mas
ok. Já acordei mesmo... volta pra realidade. E a realidade é que minha
realidade agora passou de continental pra insular. Ou seja, a inviabilidade de
coisas simples como água, luz, telefone, alimentação é notória. A vida simples,
aqui é mais complexa.
E
lá fui eu complicar mais um pouco minha simplicidade... me envolver com um gato
de rua... desses fortes e bem alimentados, mas que é briguento e territorial.
Nem preciso falar que ele não sabia que eu criava um cachorro...
Que
confusão que eu criei... era o vira-lata latindo e mordendo meu pé de um lado,
o gato miando e lambendo minha mão do outro... daí pronto, já viu, acendi uma
fogueira de vaidades enorme e [não posso negar] divertidíssima.
O
vira-lata que adorava a liberdade que tinha, me cobrando cobranças, e o gato de
rua, passeando pela minha janela.
Mas
não demorou muito o vira-lata colocou o gatinho pra correr... mesmo eu não
admirando muito, aceitei, afinal, não se mantém dois bichos como esses juntos
por muito tempo.
O
universo conspirou e eu fiquei sem teto, ilhada a quilômetros de distância de
casa... então... fui morar na casinha do cachorro. E quando vi, estava eu,
casada com um vira-lata solteiro!
como
diz o MUNDO LIVRE S/A ‘para cada satisfeita [mulher] existe um homem morto!’ E
eu resolvi fazer o jogo do vira-lata... declarar minha liberdade e fazer as
cobranças que ele me cobrou cobrar! E como eu já esperava, ele aceitou o fato
de voltarmos a ser ‘apenas bons amigos’.
Até
o natal... quando o gato me achou, me falou tudo que eu gosto de escutar, e eu
cedi... por embriaguez, por carência, por saudade do ronronar do seu peito,
cedi e quando menos percebi, estava eu enroscada em um gato com um cachorro
rosnando bem atrás...
Fiz
certo? Fiz errado? Sei que fiz...
Sei
que só estou colocando lenha nessa fogueira, mas não consigo me conter e nem me
satisfazer em ser de alguém que não é meu.
Quero
a mesma liberdade, o mesmo afeto, o mesmo respeito que eu ofereço.
Não
posso me entregar por inteiro a quem só me oferece metade.
E
não quero queimar nessa fogueira. Não quero me contentar com tão pouco,
massagear o ego de belos machos dominantes.
SOU
MINHA! SÓ MINHA! E NÃO DE QUEM QUISER.
E o
que mais me satisfaz é ser quem eu sou...
Como
vocês podem ver, a minha vida mudou muito, mas não mudou muito.
Não
posso reclamar. Tenho muito a agradecer. E acredite. Mesmo em meio a tantos
vira-latas vejo a força dos orixás brilhando a cada manhã, a cada pôr do sol, a
cada noite de lua.
É
por isso que pra 2011 eu não peço NADA. A não ser um ano mesmo IMPAR.
Eu entrego e confio! Aceito
e agradeço!
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