31.8.09

hoje eu não vou falar mal nem bem de ninguém



"A verdadeira função do homem é viver, não existir. Eu não gastarei meus dias tentando prolonga-los. Eu usarei meu tempo."

18.8.09

a gente até precisa fingir que é louco, sendo louco

Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça...

Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças...


5.8.09

o silêncio é a virtude dos loucos

depois de procurar, procurar, finalmente me encontrei!
com um rosto de cidade-fantasma. sentada numa cama suja. usando apenas minha ressaca e um vestidinho.
havia sangue a escorrer do nariz e me empastar os lábios. meus olhos tinham-se arroxeado.
cortes se abriram e uma série de ferimentos aflorou à superfície da pele. tudo por causa das palavras.
sinto como num sonho. onde me vejo e me entendo mas não me controlo.
é como se eu estivesse de fora. de fora da minha vida. sem poder me tirar daquele lugar.
e sem mim, eu jamais levantarei dali.
vejo olhos de lua nova.
e ainda ouço gritos.
parece que o mundo resolveu acabar hoje, e eu sou a única convidada.
me olho de novo naquela cama e vejo que quanto mais alto os gritos, mais as feridas sangram.
vejo as palavras me escalando e eu nada faço além de sangrar.
pareço uma estátua com o coração batendo.

-eu quero ir embora agora - digo eu, finalmente depois de sangrar o suficiente pra perder mais uma vida. não disse com raiva, nem sarcasmo. foi uma voz de vazio, para combinar com o rosto.

mas eu não vou.
eu nunca vou.
talvez sangrar seja meu vício.
e o silêncio, minha loucura.

"Aprendi silêncio com os falantes, tolerância com os intolerantes, e gentileza com os rudes; ainda, estranho, sou ingrato a esses professores."
Kalil Griban

2.8.09

OSHO

Gautama, o Buda, não é o único buda na história do mundo: milhares de budas vivem e já viveram no mundo, em diferentes partes do mundo. Eles podem não ser conhecidos como "budas", mas "buda" simplesmente significa "o desperto".

A palavra "buda" simplesmente quer dizer "o desperto". Esse não era o nome dele. Seu nome era Gautama Sidarta. Quando ele se tornou iluminado, aqueles que compreenderam sua iluminação começaram a chamá-lo de Gautama, o Buda. Mas a palavra "buda", de acordo também com Gautama, o Buda, é simplesmente inerente a todo ser humano, e não somente a todo ser humano, mas a todo ser vivo. É a qualidade intrínseca de todo mundo. Todo mundo tem direito, por nascimento, de tornar-se um buda. Qualquer pessoa desperta, em qualquer lugar do mundo, tem o direito de ser chamado de "buda". Gautama, o Buda, é somente um dos milhões de budas que aconteceram e que acontecerão.
A única qualidade que o buda tem, no centro do seu ser, é a observação, o testemunhar. Testemunhar é o todo da espiritualidade resumido numa única palavra. Testemunhe que você não é o corpo, testemunhe que você não é a mente e testemunhe que você é somente a testemunha. Apenas um espelho refletindo - sem nenhum julgamento, sem nenhuma apreciação, sem nenhuma condenação - espelho puro. Eis o que o buda é.

Ser um buda não é ser budista. O budista é um seguidor, o buda sabe.

No momento em que você conhece sua própria condição de buda, você conhece todos os budas - a experiência é a mesma.

Fique silencioso. Feche os olhos.
Olhe para dentro tão profundamente quanto possível.
Esse é o caminho.
Lá, no fim do caminho, você é o buda.

E a jornada é muito curta - um único passo.
Só é preciso total urgência e absoluta honestidade
para olhar direto dentro do seu próprio ser.
Lá está o espelho; o espelho é o buda.
Ele é sua natureza eterna.
você tem de entrar cada vez mais e mais fundo, até descobrir a si mesmo.
Não hesite. Não há nenhum medo.
Ê claro, você está sozinho, mas essa solitude é uma experiência enorme, bela.
E neste caminho você não encontrará ninguém, exceto você mesmo.

Relaxe e seja apenas um espelho observador,
que testemunha, refletindo tudo.
Nem aquelas coisas têm intenção de ser refletidas,
Nem você tem intenção de captar seus reflexos.
Simplesmente seja um lago silencioso refletindo,
e toda a bem-aventurança é sua.
Este momento presente se torna a não-mente, o não-tempo,
apenas uma pureza, um espaço sem fronteiras.
Essa é a sua liberdade.

E a menos que você seja um buda, você não é livre.
Você não conhece nada da liberdade.
Deixe essa experiência mergulhar fundo em cada fibra do seu ser.
Fique ensopado, encharcado.
Quando você voltar, volte encharcado
com a névoa da sua natureza búdica.
E lembre-se desse espaço, desse caminho,
porque você tem de carregá-lo durante as 24 horas
em todas as suas ações.
Sentado, em pé, andando, dormindo, você permanece um buda.
Então, toda a existência se torna um êxtase.