24.4.10

é querer muito


quero alguém que me queira
alguém que acorde ao meu lado e durma espremido na rede
quero que seus olhos brilhem só de ouvir falar meu nome.
e quero ver um sorriso nascendo quando ele me ver chegar.
quero alguém que não resista ao meu cheiro e salive ao pensar no meu gosto
alguém sincero o suficiente para dizer que não gostou do meu cabelo
quero alguém livre pra dizer que não quer me ver por qualquer que seja o motivo
alguém que não respeite tanto assim a minha liberdade
que não queira manter seus contatos e não admita que eu mantenha alguns dos meus
quero alguém que ria dos meus problemas só por saber que são muito pequenos
e que esteja me segurando forte quando for um problema dos grandes
alguém que saiba dar ordens e que ao mesmo tempo seja obediente
quero alguém que seja importante, mas não necessário
alguém que pegue na minha mão de manhã e nos meus cabelos a noite
quero alguém que saiba o que me falar quando eu preciso de uma palavra ou duas
e que respeite o silêncio quando as palavras forem desnecessárias
quero alguém que aceite meus defeitos mas não admita meus erros
quero alguém que não tenha medo de me amar
alguém que viva a vida intensamente pra nunca dormir com vontade
mas alguém inteligente o suficiente pra não acordar arrependido
quero ter alguém que me passe uma paz que não seja inventada
alguém que saiba quando eu preciso de um abraço ou de um tapa
quero olhar no espelho e ver os seus olhos
quero alguém completo pra me complementar
alguém que se entregue por inteiro e que não se satisfaça com metade
quero alguém pra satisfazer minha alma e não meu corpo
quero alguem que aceite a condição de ser meu para sempre... ou não me ter nunca mais

20.4.10

era uma vez, num reino tão tão distante... [parte V de infinito]

não sei se foi a cor do mar ou dos olhos.
pode até ter sido a audácia de julgar que me faria toda dele.
mas o fato é que fez. como prometeu que faria. e ele sabia que faria.
o que ele não sabia que pra isso ele teria que se posicionar em um tabuleiro. e que seria [como diria meu finado pai] briga de cachorro grande.
porque era meu jogo favorito: boas conversas, bons cigarros, boa comida, bons beijos...
ele com suas regras e suas limitações... com suas histórias mirabolantes... fez suas jogadas, suas apostas, seus blefes.
e eu lá.
quietinha.
pra ele gostar de mim.
e não é difícil gostar de mim quietinha.
ficar quietinha com ele era tão fácil. era só fazer o café bem forte sempre e coçar a orelhinha as vezes.
só isso tornava todo o resto tão gostoso que não precisei me esforçar muito para perceber que por ser simples e clara a vida perto dele era de verdade.
as coisas aconteciam de verdade, até quando era tudo mentira, saca.
e as conversas foram ficando mais longas, assim como os beijos.
os planos, os cheiros, tudo combinava tanto que mesmo com mil coisas na mão, nada era melhor do que ver novela sem roupa fumando e bebendo coca-cola bem gelada.
nada me atrai mais do que o simples. e na minha vida, as coisas não podem ser tão simples...
é certo que tudo que eu ganho eu só ganho se for pra perder.
mesmo tendo muito mais do que esperava ter, não me importa. só de não ter o cheiro, o toque, o suor, só isso já me faz enlouquecer.
faz meu corpo enlouquecer. por mais que a mente se acalme com palavras e gestos, o corpo implora por ele... ele inteiro.
parece que meu presente é sempre feito de um passado lindo... e de um futuro repleto de possibilidades...
hoje fica esse vazio cheio de fumaça e confusão.
minha simplicidade me impede de ir contra o fluxo das coisas.
e eu só espero que minha mente obrigue meu corpo [e tente convencer minha alma] a entender isso.

things don’t always go the way you plan them.
but if your rolling with the flow well then it makes it easier...
makes it easier to bend